sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O desprazer prazeroso

Já me disseram que eu sou bonito, já disseram que eu sou feio. Já disseram que sou homem, já disseram que sou muleque. Já me chamaram de inocente, de malicioso. De vaidoso e descuidado. Já me falaram que falar era a razão, já me falaram tantas coisas que nada formaram e nada formarão, disseram tanto que se contradizeram. Já chamaram, já falaram, já disseram mas nada fundamentaram. Houveram e há coisas que não falam, coisas que descobrimos, o papai noel que não existe, o coelho da páscoa que nem ovos põe quanto mais de chocolate e os trazem, os vampiros imortais, ou até o ser humano que por mais que os amamos não vivem pra sempre. Já disseram coisas que não foram ditas ou sentidas, o amor de sua mãe, o abraço do seu amigo, a saudade de sua namorada. Já te falaram o silêncio, já silênciaram com barulho, me contrariaram, elogiaram, criticaram, felicitaram. Já dogmatizaram frases como:" Um gesto faz o que mil palavras não explicam.", mas esqueceram que mil gestos não explicam uma palavra. Já violentaram, afagaram, já ...
Tudo e todos já algo disseram e sempre tentaram explicar, dizer, 'gestualizar' aquele desprazer prazeroso.
Desprazer que te fez doer, que te fez chorar. Prazer que te fez sorrir e gritar chorando 'ela realmente vale'. Esse desprazer prazeroso que te fez chorar por motivos distintos, triste e feliz. Esse que estrutura sua vida, pois é só nela que temos nossa fundação e sem ela construimo-nos sobre 'ovos', é nesse desprazer prazeroso em que acreditamos: A Verdade.




" A confusão é a cortina de uma opinião".


Bruno Sátiro de Souza




Viva a verdade, sinta-a.

Verbos de uma paixão.

"Saí, sorri, gritei, cantei, alucinei, me apresentei, a conheci, amei, beijei, abracei, fugi, corri, viajei, matei, vivi, morri, salvei, sorri, novamente , sorri, olhei, a beijei, me matei. Liguei, comprei, de novo sai, a beijei, apaixonei-me, escrevi, prisioneiro fiquei, beijei. Ciúmes, saudades, paixão e morte. Amor e ódio, com raiva fiquei, amei, alucinadamente amei, exclusão, explosão, exemplo de amor, ah delícia, como amei. Agora, choro, arrependo-me, desolei-me, solidão, depressão, deitado ainda a amo, mas ela me matou e matou quem eu amei, ódio, raiva, briga. O nome do meu grande amor é cocaína."

Um pequeno e louco texto para começar.

"Palavrões das letras, letras dos palavrões, cortinas de pano, panos de cortinas".

Bruno Sátiro de Souza
Em 12/10/2007